domingo, 13 de maio de 2012

São Paulo - Dalva e Dito e a "Galinhada da Madrugada"


A estrela da festa

Aproveitando que a palavra “galinhada” esteve em evidência durante toda a última semana, resolvi jantar ontem à noite no agradável Dalva e Dito para provar a famosa “Galinhada da Madrugada”, servida todos os sábados da meia-noite às 3 da manhã.

E Alex Atala prova que não é preciso ser alta gastronomia para ser inesquecível: o resultado é espetacular. Tenho certeza que o evento em breve fará parte de 10 entre 10 listas de “refeições imperdíveis em SP”.

No início, a galinhada preparada pelo subchef Geovane Carneiro forrava apenas os estômagos dos funcionários após o expediente. A fama do prato chegou aos ouvidos dos clientes que começaram a pedir para participar da comilança. Aberta ao público em Fev/2011, a galinhada é certeza de casa cheia nas madrugadas de sábado, tanto que o pessoal costuma chegar por volta das 22hs para colocar o nome na lista e garantir um bom lugar. Chegar após às 23hs significa, invariavelmente, estar na lista de espera.



Pra começar, esqueça aquele formalismo todo de sentar-se à mesa, olhar o cardápio, fazer o pedido e aguardar que tragam aquele prato bonito, de encher os olhos. Culinária típica da região Centro-Oeste, a galinhada é servida na cozinha mesmo, em sistema de “self-service”: pegue seu prato e sirva-se à vontade nas travessas de arroz com pequi, farofa, quiabo refogado, pirão e, lógico, a estrela da festa: a galinha caipira.


Cozinha envidraçada, travessas aguardando os clientes e a "televisão de cachorro" ao fundo


Galinhada

A galinha recebe tratamento “vip”: são OITO horas marinando em temperos, mais CINCO de cozimento em fogo baixo com cebola, alho, pimentão vermelho, tomate, manjericão, hortelã, colorau, salsinha e cebolinha. É galinhada de verdade – tudo vai para a panela, inclusive os pedaços com pele, os pés e os miúdos. Servida com o caldinho do próprio cozimento, por fora a carne tem cor amarelo-dourada, solta do osso de tão macia. Na boca e no nariz tem forte presença das ervas e temperos. É coisa de louco.

Os acompanhamentos não são meros acompanhamentos: cada um tem sua identidade, seu sabor. O arroz com pequi tem sabor intenso do fruto do cerrado, o surpreendente quiabo refogado (e grelhado) é muito bem feito, a intensidade da farofa crocante e a suavidade do pirão formam uma dupla perfeita. Como se não bastasse, ainda aparecem no buffet deliciosas e coradas asinhas/coxinhas de frango marinadas na cerveja e feitas numa rôtissoire (versão incrementada da boa e velha “televisão de cachorro”), assim como costelinhas de porco assadas com o melhor tempero pesto que já comi.


Na ordem: farofa, quiabo refogado e arroz com pequi


Sim, é quiabo. Mas é bom demais!


Costelinhas e asinhas/coxinhas

A comida ainda é acompanhada por música: ontem à noite um grupo de samba caminhava por entre as mesas cantando os principais sucessos dos Demônios da Garoa (não sou fã de samba, mas Demônios merece respeito) a plenos pulmões e chamando o pessoal para a pista de dança que existe no andar de baixo da casa. Parece festa entre amigos – comida à vontade e música até sei lá que horas.

Roda de samba - Demônios da Garoa


Pista de dança no andar de baixo

Localizada na esquina das ruas Padre João Manuel e Barão de Capanema, no coração dos Jardins, a casa tem ambiente intimista, mesas espaçadas e salão escuro onde a bela cozinha envidraçada ganha destaque. Mas são os detalhes, como os cactos na calçada, os banquinhos de espera grafados com o nome da casa, o teto do bar forrado de plantas, a bela mesa central do salão montada sob um tronco de árvore, e o status de “estrela da casa” da “televisão de cachorro” que relevam a busca incansável do chef Atala pela perfeição.


Entrada da casa com o banquinho de espera ao lado


Bar e o teto forrado de plantas


Salão com a cozinha ao fundo

Chegamos por volta das 22hs, nomes na lista e pouco depois da meia-noite fomos colocados numa mesa com visão quase exclusiva da cozinha. As fotos ficaram sensacionais!

Eu comi e repeti 2 vezes, provei e aprovei de tudo, até o popularmente demonizado quiabo. A galinhada é realmente a estrela da festa, mas na minha opinião os sabores marcantes da asinha de frango e da costelinha foram o ponto alto da noite.



A galinhada custa R$ 59 por pessoa (atualizado em 19/10/2013), com bebidas, serviço e valet (R$ 17) cobrados à parte. A conta final sairá uns R$ 80 por cabeça, o que significa um custo/benefício quase imbatível em se tratando de Jardins e sábado à noite.

Concordo com o Alex Atala quando ele diz que “comida é cultura”. Temos a nossa, e valorizá-la é a melhor maneira de valorizarmos e respeitarmos o que somos. Com o Dalva e Dito, Alex Atala mostra a cada dia que uma refeição não precisa ser cara para ser maravilhosa – é possível fazer uma gastronomia de qualidade e acessível a qualquer um.

Endereço: Rua Padre João Manuel, 1115, esquina com Barão de Capanema
Telefone: +55 (11) 3068-4444
Horário de atendimento:
- Galinhada: Todo sábado da meia-noite às 3 da manhã;
- Restaurante: Segunda à quinta das 12hs às 15hs e das 19hs a meia-noite, sexta das 12hs às 15hs e das 19hs à 1 da manhã, sábado das 12hs às 16h30 e das 19hs à 1 da manhã, domingo das 12hs às 17hs.
Internet: www.dalvaedito.com.br



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