terça-feira, 18 de dezembro de 2012

São Paulo – Saj Culinária Libanesa

Algumas das delícias da casa - em sentido horário, esfihas de carne, queijo e babaganuch, Chocolamour, combinado pintado e pães Saj e folha

As famílias Farah, Abbud e Sader escreveram um capítulo importante da história da culinária árabe paulistana. E é impossível falamos da culinária árabe paulistana sem citarmos o empresário Paulo Abbud, um dos maiores conhecedores do assunto.

O pai, Emílio Abbud, fundou o histórico Flamingo em 1957; os tios Jorge e Fauzi Farah (irmãos da mãe, Suahad Farah) abriram o Dunga (inventor do beirute) na década de 40, que também não existe mais. Os tios Fares e Louis Sader (este último concunhado de Emílio) inauguraram em 1951 o Bambi, outra grande referência às tradições sírio-libanesas da capital paulista, onde nasceu uma das sobremesas mais gostosas que conheço: o Chocolamour.

Em 2002, Paulo abriu o Farabbud – o nome é uma homenagem aos sobrenomes dos pais, Suahad Farah e Emílio Abbud. A terceira geração de casas da família é formada pelo Saj, inaugurado em 2008 e comandado por Paulo Abbud Filho e Ricardo Castanho Pinho, e pelo caçula Manish, de 2010.

Em Junho de 2012, o Saj abriu sua primeira filial no bairro de Pinheiros, no mesmo imóvel onde funcionou o saudoso restaurante Fillipa, de cozinha contemporânea. Do extinto restaurante, restou apenas a panificadora, que continuará fornecendo pães a restaurantes da região, como Maní, Le Jazz Brasserie, Olea Mozzarella Bar e O Pote do Rei. À frente do negócio, os sócios da matriz uniram-se ao chef Renato Lopes, do Fillipa.

Comida de qualidade, bom preço, excelente atendimento, ótima localização, estacionamento cortesia. Estes são apenas alguns dos muitos adjetivos atribuídos pelos clientes que lotam diariamente as duas casas, para muitos entre as melhores da cidade.

O menu oferece clássicos árabes como charutinhos de folha de uva e de repolho, kibes (cru, assado e vegetariano), falafel, beirutes e esfihas variadas, entre outros pratos, por preços bem razoáveis (média de R$ 50,00 por pessoa). Como a culinária-base é libanesa, existem pratos que não são normalmente encontrados na maioria dos restaurantes árabes.

Dividido em dois salões, na frente há um balcão com 5 cadeiras (para quem está sozinho) e algumas poucas mesas, com boa iluminação natural, graças à grande fachada envidraçada, ideal para encontros de amigos. O segundo salão fica nos fundos, facilmente acessado por uma rampa do lado direito do bar, onde estão as demais mesas e a padaria. Com pé direito alto, o ambiente é mais aconchegante, maior e mais tranquilo, com reduzida luz natural, ideal para casais. Nos fundos, uma grande horta vertical para êxtase dos amantes de gastronomia.


Entrada da casa e área do bar


Salão interno


Mimos nas mesas e a bela horta nos fundos

O atendimento é rápido e prestativo, assim como a cozinha. Os garçons circulam o tempo todo pelo salão, observam as mesas, tiram dúvidas sobre os pratos, dão sugestões.

Os pães árabes são a principal atração do Saj. O espetacular pão folha temperado com azeite e zaatar, para quem não se importa de lambuzar as mãos, e o pão árabe (R$ 6,90 cada, 2 unidades), que mais lembra um travesseiro fofinho, são assados na hora numa grande chapa metálica aquecida a gás chamada Saj. A cozinha da padaria é envidraçada e do salão do restaurante pode-se observar a arte de produção dos pães.


Os pães da casa, atração principal do cardápio do Saj

Para acompanhar, faça como 99% das mesas e peça o trio de pastas – homus, babaganuch e coalhada seca (R$ 21,90), todas espetaculares, que também podem ser pedidas em porções individuais (R$ 16,90 cada).

A babaganuch e a coalhada seca do Saj estão entre as melhores que já comi.

Ainda no cardápio de entradas, o Trigo Grosso (trigo grosso, peito de frango desfiado, carne moída, canela, coalhada fresca e hortelã; R$ 20,80) e a Linguiça Árabe (temperada com vinho branco e especiarias, assada na chapa; R$ 21) são ótimas opções para compartilhar e abrir a refeição.

As esfihas feitas na hora, de massa delicada, finíssima e macia, derretem na boca e merecem destaque. As abertas de mussarela (R$ 4,10) e carne com coalhada seca (R$ 4,90) são muito saborosas, só acho que o disco poderia ser um pouquinho maior. A versão folhada de queijo de cabra (R$ 9,90), generosamente recheada, é excepcional.


Esfihas abertas de queijo e carne com coalhada seca


Esfiha folhada de queijo de cabra: inesquecível.

Ainda destaco do cardápio a ótima kafta de picanha (assada na chapa com especiarias e vinagrete; R$ 28,90, 2 unidades), o espeto de filet mignon, o kibe de peixe (combinação de peixes brancos, trigo, cebola, pinoli, uva passa e folhas de rúcula; R$ 18,90), o chacrie (pedaços de fraldinha cozinha na coalhada, anéis de cebola fritos, acompanha arroz misturado a capellini; R$ 39,90), o lombo de cordeiro grelhado e o beirute de kafta (com mussarela especial, rodelas de tomate e zaatar; R$ 25,70).


Kafta (R$ 28,90)


Beirute de kafta (R$ 25,70)

Da linha “árabe tradicional”, a abobrinha recheada (R$ 23,90) é bem servida, mas nada de especial em termos de sabor. O que vale a pena, e muito, é o excelente do molho de tomates que a acompanha. Separe um pãozinho para comer com o molho.


Abobrinha recheada da casa

Na hora do almoço, os combinados com grelhado (kafta, pintado ou michui - baby beef, filet mignon ou frango), uma pasta (mahamara, homus, babaganuch ou coalhada seca), um arroz (pode ser com lentilhas, califa - com carne moída, ou chehie - com macarrão cabelo de anjo), uma salada (tabule, fatouch, árabe, jiddo - com figo e nozes, ou manish - com queijo de cabra, damasco e pistache) e pão (acompanha cestinha com pão folha e pão árabe) são uma ótima opção com excelente custo/benefício (entre R$ 36,50 e R$ 42, dependendo do grelhado). De verdade, é muita comida.


O ESPETACULAR pintado com salada árabe (tomate picado, cebola e salsinha) e arroz com lentilhas coberto de cebolas fritas no azeite, com coalhada e pães (R$ 41,90)

Para beber, sucos de tâmara, tamarindo, damasco, romã e rosas. Se preferir algo mais tradicional, o suco de tangerina (R$ 8,30) é sensacional, docinho, entre os melhores da cidade.


Suco de tangerina

Se ainda sobrar espaço, arremate a refeição com o tradicional Chocolamour – taça de sorvete de chocolate (ou creme), farofa doce, calda de chocolate quente e chantilly (pequeno, R$ 14,90; grande, R$ 18,90), a mesma receita sessentona dos restaurantes Bambi e Flamingo. Uma entidade paulistana.



O estacionamento, a cargo de manobristas, é cortesia nas duas casas. Isso faz toda a diferença, dada a dificuldade para estacionar nas duas regiões e a ausência de estacionamentos nos arredores.

Saj Pinheiros
Endereço: Rua Joaquim Antunes, 260 – Pinheiros
Telefone: +55 (11) 2574-3665
Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 12hs às 15h30 (almoço) e 18h30 à meia-noite (jantar), sexta das 12hs às 15h30 (almoço) e 18h30 à 1 da manhã (jantar), sábado das 12hs à 1 da manhã, domingo das 12h30 às 22h30

Posição atualizada em 18/12: A casa de Pinheiros ainda não aceita Ticket Restaurante Eletrônico, só Visa Vale. Segundo a gerência, está "em processo de liberação".

Saj Vila Madalena (Matriz)
Rua Girassol, 523 – Vila Madalena
Telefone: +55 (11) 3032-5939
Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 12hs às 16hs (almoço) e 18h30 às 23hs (jantar), sexta das 12hs às 16hs (almoço) e 18h30 à meia-noite (jantar), sábado das 12hs à meia-noite, domingo das 12h30 às 22h30

Internet: www.sajrestaurante.com.br

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