sexta-feira, 7 de março de 2014

Turismo rural e café da manhã no Sítio Sassafraz (Itupeva, SP)


Alguns dos quitutes doces e salgados (com fogão à lenha)

O turismo rural está em evidência. O número de pessoas interessadas em trocar um dia da rotina frenética das grandes cidades por um lugar tranquilo em meio à natureza é cada vez maior. Passeios por fazendas históricas de café, picos e cachoeiras, visitação a adegas, alambiques, apiários, herbários, pesqueiros, orquidários e produtores de artesanato, day-tour em propriedades rurais com almoço e café coloniais, incluindo contato com os animais e colheita de frutas, verduras e legumes direto do pé são apenas algumas das incontáveis atrações que podemos encontrar.

Para quem não conhece, os municípios de Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo, situados entre 50 km e 120 km da capital, integram o chamado “Circuito Turístico das Frutas”, criado em 2000 e atualmente oferece três roteiros: “Cultural”, “Rural” e “Parques e Aventura”, reunindo inúmeras atrações para todos os gostos e idades. Para quem não sabe, da Estação da Luz parte todos os finais de semana o Expresso Turístico, trem da CPTM com paradas em Jundiaí (no terminal ferroviário da cidade o viajante terá ônibus à disposição para conhecer alguns dos roteiros do circuito), Mogi das Cruzes e Vila de Paranapiacaba.


Entrada e salão principal

Ponto Turístico em Itupeva (SP), cidade de 46 mil habitantes localizada a apenas 70 km do centro de SP, o Sítio Sassafraz oferece uma oportunidade para as pessoas conhecerem de perto um pouco da vida rural. Tem um belo pomar que você pode visitar, colher, pesar, pagar e levar. Tem passeio de “trenzinho”, que na verdade é puxado por um trator. Tem também uma feirinha que vende geléias, conservas, doces, compotas, mel, sequilhos, queijos, artesanatos, vinhos, cachaças, licores, frutas e legumes. O contato com a natureza  não seria completo sem levar as crianças para passear a cavalo, ver o galinheiro, dar comida para os bodes, cabras, ovelhas, porcos e coelhos.

Nos finais de semana entra em ação um concorrido café da manhã rural, preparado em fogão à lenha. São mais de 60 itens, feitos com ingredientes cultivados na propriedade, entre pães caseiros, tortas, bolos, broas, pão de queijo, ovos mexidos, pão na chapa com queijo branco (sensacional!), linguiça caseira, polenta, mandioca, cuscuz. Compleram o cardápio uma seleção de frutas da estação, sucos, cafés, leite do sítio, geléias,  queijos, caldinhos, manteiga, iogurte, salgadinhos (bolinha de queijo, coxinha) e doces típicos de fazenda, como arroz doce, bolinho de chuva, canjica, curau e bolo de cenoura com chocolate, entre outros. Servido das 8hs às 12h30, custa R$ 28 por pessoa.


Salão entupido de gente e algumas fotos do agradável deck

Visitamos o sítio no domingo de Carnaval, sedentos por uma refeição farta em um ambiente tranquilo. Após 1 hora de estrada, nos deparamos com um salão lotado – corrigindo, para ficar lotado o lugar teria que esvaziar muito. O casarão é até grande (embora o espaço entre as mesas seja pequeno demais), tem dois ambientes com arquitetura rústica de fazenda e uma área externa com deck, mas acredito que no dia da visita não havia estrutura no mundo capaz de suportar tamanho mar de gente. O cenário era de caos completo. Pessoas esperando em pé, com cara de arrependimento e uma senha na mão por quase duas horas.

Na entrada, duas funcionárias tentavam em vão organizar o caos, anotar os nomes dos que chegavam, chamar os próximos na fila e ainda aguentar a impaciência (e muitas vezes a má educação) dos que esperavam. Reparamos que muitas pessoas deixam o nome na lista e não ficam esperando próximo ao local, e elas precisam a todo momento ir chamar e procurar por elas, o que atrasa tudo ainda mais. Também vale dizer que serviço do lado de dentro é lento para arrumar as mesas liberadas e disponibilizar novos lugares. Para piorar, lista de espera é desorganizada, os números são reutilizados e se você não ficar bem do lado, corre o risco de pularem seu número.


Muvuca na entrada, pessoal indignado, funcionárias perdidas. E a idéia era "um café da manhã tranquilo".

Vi gente que foi “esquecida”, vi gente desistindo após esperar por mais de duas horas, vi gente furando a fila (por erro das funcionárias, diga-se), vi gente “pondo um calor” (frase da própria pessoa) nas funcionárias para tentar sentar-se antes dos outros. Na hora do aperto, todo e qualquer senso de civilidade simplesmente desaparece.

Do lado de dentro, muitos(as) “sortudos(as)” comiam pacientemente, sem pressa para liberar as mesas e irem embora, dando de ombros para os que estavam do lado de fora, como se pensassem “eu já sentei, vocês que se danem”. Vi mesas conversando animadamente, sem ninguém levantar para comer nada durante vários minutos, mas mesmo assim ninguém levantou para liberar a mesa, tampouco nenhum funcionário foi até a mesa para dizer “escuta, vocês já terminaram?”


A cozinha não conseguiu repor os itens na mesma velocidade em que eram devorados pelos clientes

Na cozinha, a maioria dos itens já tinha acabado – por exemplo, às 11hs não havia mais suco de laranja, a fila para pegar um simples pão na chapa com queijo branco durava intermináveis 20 minutos, o pão francês acabou perto das 12hs e em certo momento não havia sequer água para beber. Vi clientes batendo boca por nada, as pessoas estavam com a paciência por um fio. Perdi as contas de quantas pessoas que estavam na fila entraram, encheram os pratinhos de comida e sentaram-se no chão mesmo, do lado de fora, para comer.

A falta de estrutura para acolher os visitantes certamente resultou em outros problemas: aposto que teve gente que chegou, comeu e em meio ao descontrole geral foi embora sem pagar.


Alguns dos doces, incluindo um ótimo bolo de cenoura com calda de chocolate

Acredito que dei um baita azar, infelizmente decidi visitar o sítio no pior dia do ano, mas isso não é desculpa para oferecer um serviço decepcionante (em tempo, esperei cerca de 45 minutos antes de conseguir uma mesa). Se o lugar só suporta X pessoas, não adianta permitir a entrada de X*2, basta fechar o portão da propriedade e colocar um funcionário na frente para explicar, com toda a cortesia do mundo, que infelizmente o lugar não tem capacidade para receber mais pessoas para o café. Priorizar o lucro em detrimento da qualidade jamais será uma boa idéia, e aqui o sítio falhou feio.

Também não sei se foi pelo dia, já que a correria de qualquer cozinha invariavelmente impacta negativamente a qualidade da comida servida, mas achei o café da manhã apenas regular, sem nada de mais, sem nada de especial. Se somarmos no preço cobrado pelo sítio os custos de deslocamento (combustível + pedágio), existem várias opções na capital com melhor custo/benefício.

Vídeo do programa "Antena Paulista" com mais informações sobre o passeio no Sítio Sassafraz

Pessoal do Sítio Sassafraz, é necessário repensar e melhorar a infraestrutura com urgência, ampliar a área das mesas, contratar mais pessoas para agilizar o atendimento e principalmente tornar a espera mais rápida e menos cansativa para os clientes. Ou implementar um mecanismo de reservas. Ou fechar os portões em dias de lotação máxima. Saímos de São Paulo e percorremos 1 hora de estrada para buscar paz e tranquilidade, se é para termos estresse ficamos onde estamos.

Se consideramos o Sítio Sassafraz como um programa completo para toda a família, com horta, pomar, passeio de cavalo e contato com bichinhos, e tratarmos o café da manhã como apenas mais uma das atrações, e não como o carro-chefe da casa, entendo que é um passeio imperdível, principalmente para as crianças. Sobre o café da manhã, fomos informados que aos sábados o movimento é bem mais tranquilo, mas que aos domingos existe lista de espera. Se decidir ir comer por lá, vá cedo para evitar dissabores. Ou coma no Frango Assado a caminho do Sítio e vá só para os passeios.

Endereço: Via Paulo Leone, 1400, Itupeva (SP)
Telefone: +55 (11) 4496-2201
Internet: www.sitiosassafraz.com.br

Como chegar: Pegue a saída 59 da Rodovia dos Bandeirantes, sentido Jundiaí/Itupeva. Na Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, pegue a saída 73, “Bairro Nova Era”. Siga cerca de 5 minutos de carro pela Rua Salvador Caruso Orlando, que muda de nome para Via Paulo Leone, siga as placas em direção ao sítio, cuja entrada estará à esquerda.

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